LEAD
Extraio de uma bem elaborada síntese do CONARH-2016, feita por Sofia Esteves, da Companhia de Talentos,instigantes conclusões. Faço agora uma síntese da síntese, enfatizando alguns pontos que me parecem fundamentais e cruciais para que os RHs se posicionem como “protagonistas” no processo de “transformação organizacional”:
-Os “muros” que separavam pessoal – profissional, empresa-escola, alto escalão-chão de fábrica não se sustentam mais;
-As pessoas não aceitam mais seguir ordens de um líder super -herói que sabe tudo; caem as barreiras da hierarquia;
-As pessoas se motivam por um propósito que deve estar alinhado aos valores das pessoas;
–Felicidade (objetivo maior) vem a partir das relações de qualidade entre as pessoas;
-O RH pode e deve ser protagonista dessas transformações.
UTOPIA? DIFÍCIL DE COLOCAR EM PRÁTICA?
Segundo Sofia,alguns congressistas com os quais conversou acharam que o que estavam “levando para casa” era utópico e difícil de ser posto em prática.
Como vivi experiências extraordinárias de transformação organizacional, tendo publicado, antes de deixar a empresa, um livro (“Trabalho com Significado“) em parceria com 5 líderes que trabalharam comigo, em que narramos cases de sucesso e nossas concepções sobre gestão de pessoas, fiquei ouriçado para comentar as conclusões do CONARH.
Insisto que o RH para ser protagonista dessas transformações, tirando-as do status de “utopia”, deve antes de tudo tornar-se de fato estratégico (sugiro leitura dos posts “Qual é o seu RH?” e ” A Transformação do RH” que publiquei neste blog panisetcircenses.com.br, respectivamente em 04//02 e 18/02 deste ano). Estimo que o RH da maioria absoluta das empresas esteja ou no estágio tático ou no operacional.
Preconizo o que chamo de “RH de Transformação” que primordialmente atua no Desenvolvimento da Cultura Organizacional, no Desenvolvimento de Liderança (líderes de todos os níveis, sem poupar a chamada “alta cúpula”) e influencia as “Estratégias da Empresa”. Só será “estratégico” e por isso se tornará “protagonista” das transformações se cuidar primeiro deses 3 pontos: Cultura, Liderança e Estratégias.
Ações “táticas” , hoje maciçamente praticadas até com sofisticadas ferramentas, devem ser avaliadas e só mantidas se estiverem em consonância com as “estratégicas”. Avaliação de performance, técnicas de recrutamento e seleção, treinamentos, avaliação de cargos e salários etc etc etc são importantes,mas só terão sentido a partir de ações estratégicas. Estas é que definirão,por exemplo, se devemos fazer pesquisa de clima , de engajamento ou de felicidade na empresa.
As pessoas acham difícil implementar as conclusões do CONARH, acham-nas até utópicas,não veem como fazer o RH protagonista dessas transformações. Parece-me que essa dificuldade pode ser traduzida em :” como podemos tornar o RH de fato estratégico ?”
O RH Tático fica distante das grandes e necessárias transformações . Como alinhar propósito com valores se desconhecemos a real cultura da empresa, sobre a qual não temos nenhuma ação?Como derrubar barreiras estabelecidas por uma arcaica hierarquia se não desenvolvemos os líderes, principalmente os do “topo da hierarquia” ? Como introduzir o conceito de felicidade no trabalho se o RH não consegue influenciar as estratégias da empresa,colocando “pessoas” no centro das grandes decisões?
Está na hora de pensar seriamente nisso. Só por isso vale o Congresso.
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